Olá meus irmãos!
Mais uma vez venho trazer um texto que encontrei na internet e achei que deveria compartilhar com vocês. Boa leitura a todos e o meu axé.
"Conheci a Umbanda muito novo, quando ainda nem tinha capacidade de discernir bem e mal. Frequentei terreiros por muito tempo sem conseguir ter acesso a nenhum fundamento teórico ou explicação do porque algumas coisas eram daquela maneira, sempre ouvindo a máxima “os guias sabem, e não devemos questionar”. Durante estes tempos, ouvi muita gente falando atrocidades, e eu, mesmo com pouco embasamento sobre o assunto, sempre procurei esclarecer e desmistificar aquilo que eu sabia, muitas vezes, usando as bases espíritas para fundamentar.
Hoje tenho a oportunidade de estar inserido em um outro cenário. Pratico e estudo a religião com maior envolvimento e amor. Não preciso mais buscar embasamento em outras vertentes, pois conheço bem aquilo que pratico e consigo me defender com maior propriedade. Porém, agora como um Umbandista declarado, vivencio diretamente os preconceitos que o desconhecimento e a ignorância debruçam sobre os praticantes daquilo que as aparências sociais ainda não consideram como “comum”.
Tudo bem que ninguém é obrigado a entender a religião alheia. Aceitar é o mínimo, mas sabemos que nossa sociedade não lida muito bem com o que desconhece. O que me magoa mais são os “irmãos” umbandistas que não se assumem e ainda, se necessário, criticam aquilo que praticam longe dos seus grupinhos sociais. Vejo isso presente muito perto de mim, e, infelizmente, isso é muito mais comum e sem tempo para acabar do que imaginamos…
O texto abaixo trata justamente disso, de uma situação que eu mesmo muito já vivenciei quando ainda não praticava a Umbanda, e hoje, dificilmente ficaria calado!
Se você tem vergonha daquilo que pratica, está traindo a você mesmo. Ninguém é responsável pela ignorância alheia, e muito menos necessita ser conivente com ela.
Axé!"
Texto de Frank Oliveira, publicado no Jornal de Umbanda Sagrada, edição 137.
Uma coisa é ouvir o preconceito vindo dos evangelistas de plantão que adoram falar mal de qualquer religião que não seja a “cristã” deles, porém, perceber esse medo bobo de assumir o que faz vindo dos seguidores dessa religião tão linda, sempre me deixou muito curioso.
Certo dia, estava conversando com alguns amigos, um deles, umbandista de pai e de avô, e a discussão começou a girar ao redor da palavra “macumba” e acabaram, naturalmente, associando com a Umbanda, e lá fui eu, explicar que as coisas não eram bem assim, como os nomes e significados foram distorcidos, e defendi aqui e ali, tudo o que aprendi com a Umbanda, esperando que esse meu amigo, entrasse na discussão e falasse sobre a sua experiência, mas ele permaneceu em silêncio durante toda a discussão.
Quando o pessoal foi embora, olhei para ele e falei:
- E aí, o que ocorreu?
Ele olhou para mim e falou:
- Nada! Eu só não gosto de falar para as pessoas o que eu faço ou no que eu acredito. Eles não tem nada a ver com isso.
- Você tem razão – respondi – Afinal, não precisamos ficar por aí, levantando a bandeira de nada, mas acredito que precisamos nos manifestar quando vemos pessoas falando besteira sobre algo que conhecemos bem. E não consigo ficar calado quando ouço as pessoas pregando algo contra a religião alheia.
- Não me leve a mal, Frank! – disse ele – Mas não quero que as pessoas me chamem de macumbeiro. Por isso, quando elas me perguntam que religião é a minha, sempre falo que sou católico, ou se o pessoal for mais cabeça, que eu sou espírita.
- Mas você vive dentro de um terreiro de Umbanda!
- Eu sei, mas não tenho coragem, nem força para assumir algo que sei que vou sofrer preconceito…é mais fácil apenas dizer o que eles querem ouvir.
Não disse nada, mais é por esse e por outros que a Umbanda continua sofrendo todo esse preconceito e continua sendo considerada uma outra seita, dessas de fundo de quintal, que só existem para fazer o mal.
E a diferença entre seita e religião, queridos leitores, é o preconceito que cada uma carrega.