Quaresma - Candomblé


Bom dia a todos hoje irei falar um pouco sobre Quaresma dentro dos fundamentos do Candomblé, enfatizando também a influencia da Igreja Católica sobre as ações realizadas pela mesma.
Boa leitura e como sempre digo, busquemos conhecer cada vez mais.

Segundo as definições da Igreja Católica, a Quaresma representa os 40 dias em que Jesus passou no deserto sendo tentado pelo Diabo, também o renascimento e a volta de Jesus. Nesse período os ritos dos católicos são de jejum e preparação para a Semana Santa e a Páscoa, onde a Igreja veste seus ministros com paramentas de cor roxa, suspendendo os cânticos de Glória e Aleluia. Inicia-se na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa.


Por que a cor roxa?
A cor litúrgica deste tempo é o roxo que simboliza a penitência e a contrição. Usa-se no tempo da Quaresma e do Advento.
Nesta época do ano, os campos se enfeitam de flores roxas e róseas das quaresmeiras. Antigamente, era costume cobrir também de roxo as imagens nas igrejas. O roxo lembra tristeza e dor. Isto porque na Quaresma celebramos a Paixão de Cristo: na Via-Sacra contemplamos Jesus a caminho do Calvário


Para nós candomblecistas também temos nossos ritos religiosos segundos os fundamentos de cada casa de asé.
O povo yorubá criou os Orós para respeitar o período quaresmal. A Quaresma foi alocada, digamos assim, no Candomblé por conta do catolicismo ser dominante no periodo colonial, e, que os negros vindos da África eram obrigados a professar sua fé de acordo com os dogmas da Igreja, assim, o sincretismo e os dogmas foram se agregando e fazendo parte da nova religião de costumes e culturas africanas com valores e dogmas mistos do que existia na África e da Religião Católica.

Os Yorubás no periodo quaresmal paravam seus ritos e obrigações em respeito a Igreja, criando um ritual chamado de Olorogun. No Candomblé esse período é tido como o inicio, a criação do mundo (ayê), é um período em que os Orisás entram em guerra contra o mau para trazer o alimento para seus filhos.
No dia da festa de Olorogun vestiam-se os Orisás com belas roupas e cada um trazia em suas mãos a comida preferida deles. Festejavam dançando seus toques prediletos e em seguida saiam dançando o Adarrum (toque de atabaque em ritmo rápido).
Depois do ritual de Olorogun os Orisás só voltavam no Sábado de Aleluia, os atabaques eram recolhidos e ficavam em obrigações de banhos de ervas e ebós. Todo esses rituais para fortalecer os ataques das casas de asé para que no Sábado de Aleluia estivessem puros para chamar os Orisás no Ayê (Terra) para dançarem junto aos seus filhos. 
No Sábado de Aleluia era feita uma grande festa em que Ogun vinha na frente com um grande balaio cheio de pães para distribuir entre os filhos e adeptos do culto aos Orisás, representando a vitória contra o mau.

Já a Semana Santa para o Candomblé representa a criação do mundo, por este mot
ivo os fieis de Candomblé vestem-se de branco durante toda a Semana Santa, ou se não, apenas na Sexta-feira Santa, porque este dia é o dia em que todos os Orisás desceram do Orun para conhecer a criação de Olorun que foi executada por Oduduwa. Na sexta feira geralmente os filhos oferendam canjicas brancas, pães e acaças para Oxalá para pedir a Paz para o mundo.

É na semana santa que todos os eguns (espiritos sem luz) ficam espalhados pelo mundo, e os adeptos do Candomblé usam seus contra eguns para se proteger dos mesmos, já que Iansã que é responsável por levar os eguns para o Orun, está em guerra junto dos outros Orisás.






Reflexão sobre o Ser Humano


Bom dia com muito asé e harmonia no lar de todos nós.

Hoje é quinta feira, dia da semana dedicado ao Orisá Oxossi.

Acordei inspirado pedindo proteção e agradecendo por cada momento de minha vida, por colocar pessoas especial na minha vida. Sempre peço forças a Olorun, luz, harmonia e entendimento para que eu possa seguir sempre em frente ajudando a todos aqueles que me procuram, em busca de auxilio seja de que maneira esteja necessitando.

Aproveitando o espaço para agradecer a Olorun primeiramente e depois a meu Pai Odé que nunca deixou faltar o pão em minha mesa, embora muitas vezes a situação estivesse difícil, mas superei com ajuda de pessoas maravilhosas que sempre estiveram ao meu lado, minha esposa Meirelande Nascimento, peça fundamental que contribuiu muito para eu ocupar o lugar que ocupo hoje, tanto dentro do asé, como na sociedade.
Também outras muitas pessoas que não irei citar. Agradeço também aos filhos e adeptos do Ilê Axé Omi Odé Oyá, que fazem nossa casa crescer e se manter com toda força para vencer todas as batalhas.


Muitas vezes pedimos tanto para os Orisás, para as entidades que
nos auxiliam nas batalhas travadas todos os dias e, acabamos esquecendo que o que recebemos é de acordo com o que merecemos. Olorun sabe de todas as nossas necessidades, o mais íntimo do nosso
ser é de conhecimento de Olorun e dos Orisás.
Pedimos com frequencia e não somos atendidos, parece que fomos esquecidos pelos Orisás e pelas forças maiores que regem os mundos. 
Somos egoístas, queremos cada vez mais e mais, sem importar-se se aquilo que almejamos vai prejudicar alguém, e, grande parte daquilo que ansiamos vai prejudicar de uma forma ou de outra nosso próximo.

Vivemos buscando nos melhorar a cada dia, somos seres humanos e erramos muito, somos parte do desejo e das necessidades. Cabe a cada um buscar evoluir, rumando coisas boas e melhoramentos para nós e para as pessoas a quem temos afeição.
Se alguém nos prejudicar de alguma forma é direito nosso tentar entender o porque daquela situação. Não buscamos entender as pessoas, por puro egoísmo, esquecemos que temos problemas e que as pessoas também tem seus problemas e os sentimentos muitas vezes e quase sempre estão atrelados e ligados a tudo que está ao nosso redor, influenciando-nos para o bem ou para o mau, temos livre arbítrio, somos nós que escolhemos os caminhos que queremos trilhar.

Escolhas são feitas por nós a cada segundo de nossas vidas, algumas são para o resto de nossas vidas, até mesmo espiritual, outras são momentâneas, passageiras, mas que com certeza iram deixar marcas em nós e nas pessoas mais próximas, e, essas escolhas só dependem de nós, somos responsáveis por tudo que acontece, não devemos jogar a culpa das coisas estarem dando erradas em nossas vidas nas coisas ou pessoas, é simples e ao mesmo tempo muito complicado, tentar entender tudo a nossa volta, mas temos consciência, e essa consciência é que nos faz diferentes dos seres irracionais, somos seres pensantes e altamente inteligentes para buscarmos sempre o melhor, tendo em mente um dia melhor, não só para mim, mas para todos, para o mundo, pois somente quando o homem pensar em um todo, é que seremos felizes e poderemos viver em harmonia com tudo e com todos.

Olorun deixou todas as formas possíveis de vida para nos espelharmos e ignoramos muitas vezes o
simples gesto de uma abelha picar quando se sente ameaçada, uma borboleta voar quando sente um predador se aproximando, o ato rápido e veloz da zebra ao sentir um leão faminto por perto, a simplicidade e delicadeza de um beija flor sair embelezando as manhãs nos mais belos campos e jardins de nossas vidas, a agilidade de uma pequenina formiga cortar e levar os pedacinhos de folhas
para seu formigueiro, verdadeira obra natural e grande exemplo de organização e trabalho em equipe, são esses e muitos outros gestos que passam despercebidos aos nossos olhos e que fingimos que isso é simples fato que acontece todos os dias e que já são rotinas, não nos damos conta de que Olorun está sempre nos mais belos e simples gestos dos mais pequeninos seres, mostrando que devemos ser simples e humildes, pois só assim encontraremos a felicidade e a harmonia consigo mesmo.

Pense e reflita sobre as grandes obras de Nosso Criador. A natureza tem muito a nos oferecer, saibamos explorar cada pedacinho desse imenso e infinito mundo que Ele nos deu de presente. Saibamos usar de forma consciente, preservando e cuidado de tudo, pois é nosso, mas também é passageiro.


Edson de Oxossi.

Exu Tranca Ruas de Embaré

Bom dia irmãos de fé, filhos, adeptos e leitores deste blog. Hoje irei falar de um assunto polêmico: Exu. Em especial o Exu Tranca Ruas de Embaré, que é o Exu que faz a guarda de minha casa e de todos os meus caminhos. O que postarei aqui é fruto de uma pesquisa feita por mim e da experiência que tenho com esta entidade de grande Luz e Asé.

O nome Tranca Ruas é referente a uma falange de espíritos de grande luz e evolução espiritual. Esta falange se divide em outras 7 sub falanges, todas comandadas pelo Sr. Tranca Ruas, que leva este nome por está ligado a linha vibratória das ruas, responsável por abrir e fechar caminhos. Está sempre afirmado nas entradas de casas de asé, pois seu domínio maior é nestes locais por conta de comandar a entrada e a saída de pessoas e espíritos, tudo passa por Ele, nada passa despercebido aos olhos de Exu, por isso seus assentamentos ficam do lado de fora dos terreiros.

 Exu é o Orixá da comunicação, é Ele que é encarregado de levar todas as mensagens entre o Ayê e o Orun (mundo material e espiritual), é quem recebe a primeira oferenda antes de tudo. É o Orisá mais parecido com o Homem.
Exu não é a mesma coisa que Diabo. Na colonização da Africa, Exu foi tido pelos colonizadores cristãos, como Diabo por ser brincalhão, irreverente, astuto e simbolizar a parte sensual do ser humano. Na religião dos Yorubás não existe um Orisá ou entidade que represente tal criação, que é puramente obra das religiões cristãs. 
Na religião do Candomblé não há nada que ocupe a posição em oposição ao bem, mesmo que tem sua porção positiva e negativa.
Exu é o Orixá mais comunicativo de todos. É responsável por toda comunicação. Exu é a própria comunicação.
Exu faz o certo virar errado e o errado virar o certo.

Bom vamos ao Exu Tranca Ruas de Embaré.
É uma entidade de grande poder vibracional e elevação moral. Filhos dos Orisás Oxossi e Oxum.
Teve muitas encarnações. Foi advogado, médico, escritor e destadou-se bastante no meio politico.

As cores prediletas de Tranca Ruas de Embaré são vermelho, preto e roxo, seu símbolo é um tridente com uma cobra enrolada no mesmo para representar sua agilidade, esperteza, astucia e inteligencia.
Come galo, cabrito e adora receber oferendas contendo farofa de dendê com bifes acebolados mau passados no dendê, charutos e whisky.

Trabalha no combate a magias negras, faz curas espirituais, os famosos milagres. Age também no campo amoroso dos seres humanos, parte da qual dar uma atenção especial, por se tratar do amor, e tudo que envolve o amor é a sensualidade, é magia e, é nisso que o Sr. Tranca Ruas sempre fala:

"Não há caminho certo ou errado, o que existe é a mente fraca do ser humano. Busque e acharás!"

Muitas vezes ouvi Ele dizendo essa frase.

Bom ai está um pouco dessa entidade tão procurada nos terreiros de Umbanda e Candomblé e outros segmentos.

Asé.
Que Olorun proteja a todos nós.

Candomblé? Como entender?

Bom dia! Um grande abraço fraterno a todos os leitores, amigos, filhos e adeptos.
Que nosso Pai Oxalá possa trazer sempre a humildade e a paz em nossos corações. 
Ifá ilumine nosso ory, equilibrando nossa mente.
Hoje venho trazer um belíssimo texto de autoria do Babalorisá Diego de Odé (todos os direitos reservados), que fala como explicar aos leigos que nossa religião é muito mais do que pensam ou dizem por ai.

"Candomblé é religião, força viva através das folhas, irradiação dos Orisás! 
Orisá é força viva do poder Divino que habita no mais íntimo do ser humano." 
Edson de Oxossi

 "Com explicar o que é Candomblé para a família e amigos que não conhecem a religião?

O Candomblé ainda é uma religião que causa estranheza na maior parte das pessoas, isso devido a nossa criação católica, o que a mídia expõe e os tais “ex pai de encosto” que para conseguir fama nas igrejas, inventam histórias sem pé nem cabeça, então decidi escrever sobre isso e ajudar você que está entrando para nossa religião e não tem argumentos para defender sua fé.

- O que é candomblé?
É uma religião de origem africana que cultua a ancestralidade e os elementos da natureza.

- Mas essa religião tem um Deus?
Sim, chamamos de Olorun, o criador e ele nos colocou aos cuidados dos Orixás, que são nossos intermediadores.

- Mas se existe um Deus, porque não pedir diretamente a ele?
Os Orixás são divindades da natureza, ou seja, são mais próximos de nós e através de sua mitologia, nos educam e nos ensinam a conhecer nossas potencialidades e defeitos. Acreditamos que eles são aspectos do criador.

- E essa história que mata animais?
Se observamos a grande maioria das religiões, vamos encontrar o sacrifico de animais, que tem como objetivo dividir com o Deus o resultado de nosso trabalho. Através da carne comungamos com uma força maior, contudo respeitamos a natureza e só é retirado o que vai ser consumido, tudo é feito mediante a um longo ritual, onde pedimos agò (licença) para retirar aquela vida, que é muito importante, pois é um ser vivo.

- Porque vocês vestem essas roupas engraçadas, se é uma religião africana, porque não usar aquelas roupas tribais?
Nosso culto é de origem africana, porém no Brasil ganhou uma identidade própria, resultado de anos de escravidão e catequização forçada. As saias longas são mantidas dos tempos coloniais, o pano que envolve o seio e o ventre das mulheres, é uma marca das negras da Costa africana, por isso chama-se Pano da Costa e o pano que cobre a cabeça, é usado por acreditamos que a força do Orixá está no Ory, a cabeça, ou seja, uma forma de proteção e destaque.

- E porque essa história de raspar a cabeça?
Na origem, a retira total do cabelo era uma questão de higiene, mas hoje esse ato ganhou mais um contexto, de renascimento, de abdicação da vaidade pela fé, onde buscamos nos religar a nosso Orixá e consequentemente a Deus.

- Mas vocês idolatram o diabo também?
O Diabo é uma figura da mitologia cristã, nós não temos essa força inimiga dentro do nosso culto.

Mas e Exú?
Exú é uma divindade mensageira, ligada a sexualidade e a semelhança da natureza, ele é luz e escuridão, como tudo que existe, inclusive nós, seres humanos. O que aprendemos dentro do candomblé é equilibramos essas forças, pois o que é bom para um não é bom para o outro.

- Se o Orixá é um Deus, porque quando vocês os recebem, se abaixam para os humanos?
O Orixá é uma inteligência superior e como pais, eles dão exemplo, ou seja, quando estão manifestados, demonstram gratidão, humildade e amor aos seus filhos e aos membros da comunidade. Quando ele se abaixa é em sinal de estar colocando seu filho aos cuidados daquele determinado sacerdote, que defende e se dedica a cuidar do seu filho.

- As danças são ensinadas ou eles já vem com elas?
Nossa religião, ficou muito tempo sendo passada apenas oralmente e para guardamos nossa língua e nossa história, usávamos a dança para passar o conhecimento para futuras gerações, por isso parece tão coreografada, é mais uma herança de um povo que foi escravizado e lutou para manter a cultura e religião de seus ancestrais."

Origem do Candomblé

Boa tarde! Hoje vou escrever um pouco sobre as origens da Religião de Candomblé.
Boa leitura e que Pai Oxalá ilumine nossas mentes.

O Candomblé é sim uma religião criada através da miscigenação de culturas e crenças.
A origem do culto ao Orixá está na África.
Com o vinda dos negros para o Brasil, no período colonial, trouxeram consigo seus costumes e crenças, não esqueceram de nada, simplesmente traziam enraizado em seus corpos, mente e espírito o desejo e a fé do culto ao Orixá, já que não tiveram a permissão dos brancos que chegavam e dilaceram famílias e dizimavam comunidades inteiras, guardaram na lembrança a força e o axé bem vivo dentro de si.
O marco inicial do Candomblé foi com certeza na Bahia e em Pernambuco, onde os grandes coronéis instalaram suas fazendas com uma grande massa de negros para servi-los.
A cultura negra resistiu por muito tempo, porque os brancos olhavam para as danças e batuques e achavam ser apenas uma diversão para os negros, assim criou-se essa resistência, unindo forcas a cada dia, e até hoje o Candomblé ainda é tido com resistência da cultura negra ou afro descendente.

A população de negros no Brasil foi crescendo e se espalhando por todo o território. Quase toda a população escrava era de Angola. Quando os nagôs chegaram ao Brasil, já se iam um século e em que os negros estavam sendo impostos e que os senhores de terras tentavam a todo custo acabar com as tribos africanas, costumes, crenças e sua língua nacional.

Para os negros adeptos do culto aos Orixás foi muito difícil instalar seus costumes religiosos na Bahia, pois a igreja católica resistia em tudo com relação ao negro, inclusive proibia o uso de seus nomes e batizava-os com nomes derivados da igreja, de santos católicos. Mesmo com toda essa resistência, cada vez mais desembarcavam na Bahia negros adeptos do culto aos Orixás.

Por volta do ano de 1830 três negras conseguiram fundar, na Bahia, um templo religioso de origem afro, para cultuar seus Orixás, ficando conhecido como Ilê Yá Nassó, casa de Mãe Nassó (Nassó seria um título de rainha de uma cidade da Costa da África).
Yá Nassó seria a primeira a resistir aos costumes impostos pelo catolicismo.
Do Ilê Yá Nassó se originaram mais duas outras casas que sobrevivem e dão origem ao Candomblé até hoje, o Engenho Velho ou Casa Branca e o Gantóis, que teve como dirigente a ilustre Mãe Menininha do Gantóis, que faleceu em 1986.
O Candomblé se difundiu e diversificou muito, enquanto isso os nagôs iam se afirmando e espalhando por toda a Bahia e mais tarde pelo resto do território brasileiro. Primeiro entre os escravos e depois entre os povos.
Hoje o Candomblé se divide em quatro vertentes ou nações: Kêto (povo nagô), Jêje (povo nagô, obedeciam a outra cultura), Angola-Congo (povo bantu, junção de religiões já existentes, abrasileirado) e o Candomblé de Caboclo que é uma mistura dos cultos umbandistas, cultua os caboclos.

O Candomblé tem como seu principal fundamento o culto aos Orixás, que são Forças vivas através de pontos da natureza: Terra, Fogo, Água e Ar.
A manifestação das forças vindas da natureza se dá através da incorporação dessa mesma força. Cada Orixá tem seus respectivos fundamentos e formas de culto e manifestação, tem suas cores própria e segredos que são revelados aos seus filhos de axé, que são escolhidos pelo Orixá para se transformar em um canal de comunicação através da incorporação do Orixá entre o Orum (Céu) e o Ayê (Terra).

O Candomblé é uma religião como qualquer outra, mas tem suas particularidades, seus rituais, suas formas, a leitura de búzios (primeiro contato com o Orixá), a preparação do alimento para os Orixás ou entidades, até mesmo, a demorada e cheia de segredos iniciação de um filho de Orixá, é isso e muito mais que fazem do Candomblé uma religião cheia de culturas, formas e ritos e tão admirada por muitos. É através de todos esses ritos que o Candomblé religa o ser humano as forças Divinas, que harmoniza e equilibra o mais íntimo do ser humano.


Aqui deixo aos leitores nomes de de filmes e documentários ligados ao Candomblé, encontrados na internet:
O Amuleto de Ogum
Besouro
Bahia de todos os Santos
Quilombo
Cidade das Mulheres

Kolofé Olorum a todos!

Yemanjá, Senhora das Águas.

Bom dia.

Que nossa Grande Mãe Yemanjá abençoe a todos.

Vou falar um pouco sobre esse grande Orisá, Yemanjá, senhora dos mares, deusa das águas.

Yemonjá - significa mãe cujos filhos são peixes.

Yemanjá é a grande mãe dos Orisás, cultuada e louvada por negros e brancos. Na África Yemanjá é tida com Deusa das águas doces, rios e até mesmo cachoeiras. No Brasil Ela é Senhora dos oceanos, das águas salgadas.

Yemanjá é muito cultuada dentro dos Candomblés, Umbanda, Culto a Ifá e outros. 
Cada região no Brasil tem datas diferentes para louvar esse grande Orisá. No Rio de Janeiro é cultuada nas praias junto as festividades de passagem de ano, 31 de Dezembro, em São Paulo, na Bahia, berço do Candomblé é cultuada em 2 de Fevereiro, por conta do sincretismo religioso com Nossa Senhora dos Navegantes, no Ceará dia 15 de Agosto, sincretizada com Nossa Senhora de Assunção. Recebe muitas flores e presentes dos filhos, adeptos e até seguidores de outras religiões participam das procissões e caminhadas para Yemanjá, levando pedidos e oferendas para Senhora de todas as cabeças, como também é conhecida.

Uma das muitas lendas de Yemanjá:

Yemanjá era filha do Deus do Mar, Olokun. Tornou-se esposa de Olofin-Oduduá, na cidade de Ifé, África, com quem teve dez filhos. Cansada de morar em Ifé, fugiu em direção do sol, como dizem os Yorubás, ao oeste. Ao chegar na cidade de Abeokutá, conheceu o Rei Okerê, se apaixonaram a primeira vista. O rei encantou-se logo com a beleza de Yemanjá, propondo-lhe casamento. Casaram-se de imediato.
Certo dia o Rei embriagado, começou a falar sobre os enormes seios da esposa, Yemanjá ofendida novamente fugiu. Como o Rei a amava, pediu para que seus guerreiros fossem atrás dela e a trouxessem.
Quando menina Yemanjá recebeu um presente de seu pai, que lhe disse que só abrisse a garrafa quando tivesse em grande perigo.
Yemanjá apressada tropeçou e derrubou a garrafa que quebrou-se e logo o encanto se transformou em um grande rio de águas tumultuadas que balançavam para um lado e para o outro sempre acompanhando os ventos, levaram Yemanjá para o oceano. O rei muito astuto transformou-se em uma grande colina para barrar a água do rio. Mas Yemanjá pediu ajuda de um de seus filhos, Xangô, que lançou um raio, partindo a colina ao meio, assim o rio passou entre as duas partes da colina. Yemanjá foi para o mar e nunca mais voltou para terra.
Na Nigéria ainda existe uma colina partida ao meio chamada de Okerê, que corre ao meio das duas o rio Ogun, que vai em direção do mar.

Yemanjá também é conhecida como Iamassê, Ogunté, Assabá, Sobá, Marabô, Janaina, Inaiê e outros nomes, isso depende de nação e cultura que cultua.

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