Relação entre Zelador e Filho de Santo

No candomblé, é muito comum ouvirmos sobre crises de relacionamento entre filhos de santo e seus pais de santo e os motivos são diversos, mas o mais recorrente é a questão de misturar vida pessoal com vida religiosa. Tenho um network que me possibilita ter integração com católicos, evangélicos, judeus e muçulmanos e é muito raro ver um deles falar que está “de Exú” com seus lideres religiosos e vejo que isso é tão “normal” em nossa crença, porque nem os seguidores, nem os zeladores sabem seus papéis. 

A função do nosso zelador é nos orientar espiritualmente e nos ajudar a encontrar o melhor caminho, obviamente é uma pessoa muito importante na nossa vida e de muita confiança. Ao nosso zelador revelamos nossos segredos, nossas angustias, com ele não precisamos usar máscaras, contudo devemos respeitar o fato dele ser humano e como todo mundo, tem que comer, dormir, se divertir. No começo da minha história religiosa eu tentava ser o melhor amigo dos meus filhos, me abria, chorava no colo, saia para me divertir. Com o passar do tempo eu aprendi que nem todo mundo sabe separar as coisas e quando eu me posicionava como Zelador para chamar a atenção ou corrigir, o filho de santo acabava se ofendendo, pois não conseguia me ver como seu líder e sim como um amigo ou colega. 

Eu escrevo a mais de quatro anos sobre comportamento e cada matéria ou post publicado é baseado na minha vivência, que me permite expor minha opinião e hoje eu aprendi que a amizade entre filho e pai é fundamental, mas o respeito vem em primeiro lugar. Nunca vi dá certo Pai de santo ser colega de balada ou amigo de “copo” dos filhos de santo, uma hora ou outra acaba saindo confusão e quem sai prejudicado é a comunidade e o Orixá. 

Eu não sou o dono da verdade, mas acredito que o pensamento e a reflexão, podem nos auxiliar nessa busca pela preservação do culto, onde a tradição e o espirito jovem podem caminhar juntos, ao invés de ficarmos nessa eterna guerra de gerações.

Babá Diego de Odé

Fonte: Blog Terra dos Orixás

Lição de Tranca Ruas

Existia um médium de Tranca Ruas, muito pobre, e seu dinheiro mal dava para pagar suas passagens, quando ia trabalhar e depois se deslocar para o Centro Espiritualista, onde exercia sua mediunidade.
Certa ocasião, teve que ficar até mais tarde onde trabalhava, porém tinha compromisso no Centro.

Tranca Ruas, havia marcado com uma pessoa que era vítima de obsessão e estava muito doente, por essa razão teria que ser atendida naquele dia.
O médium, examinou sua carteira e observou que se economizasse o dinheiro do jantar, poderia pegar um táxi, que o transportaria mais rapidamente ao Centro. Esta seria a única maneira de chegar na hora. Sabia que o táxi deveria cobrar pelo percurso cerca de R$ 15,00. Terminado seu expediente extra, pegou um táxi, no meio do caminho, verificou que o taxímetro já marcava R$ 30,00.
Já havia feito o mesmo itinerário outras vezes, em outros táxis e ao chegar ao destino nunca a corrida ultrapassara os R$ 15,00 !

Aquele táxi possuía o taxímetro adulterado e marcava muito além da tarifa oficial, ele só tinha no bolso uma nota de R$ 20,00.

Estava muito preocupado, quando ouviu a voz do Tranca Ruas:
– ” Dê a nota para pagar a corrida mesmo sendo menor ! “
Pensou: o motorista não vai aceitar !
Tranca Ruas, repetiu:
– ” Dê a nota, mesmo sendo menor !, Confie em mim ! “
Quando chegou no destino, o motorista anunciou o valor da corrida que totalizara R$ 50,00 ! O médium, deu os R$ 20,00. O motorista ficou procurando os óculos…e nada de achar. Olhou a nota e deu o troco dizendo:
– ” Aqui está o seu troco de R$ 50,00, na nota de R$ 100,00, que o Sr. me deu ! “
E sem agradecer, arrancou com o carro, sem dar tempo se quer do médium explicar o engano.

Imediatamente, Tranca Ruas lhe disse:
– Vamos entrar que estamos atrasados. Isso é uma lição para ele aprender a respeitar as pessoas honestas, assim, ele não tentará enganar a mais ninguém,com Tranca Ruas não se brinca .

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