Prece de Pai José de Aruanda

Quando estava no cativeiro.
"Meu Pai Olorum,
mais uma vez me puseram no tronco. Amanheci acorrentado, amordaçado e nu...
Não me deram comida ou água.
Estou enfraquecido, desanimado e sem entender porque fazem tanta crueldade com nosso povo.
Acredito que pago algum erro de minha vida passada; então, não posso reclamar... Eu percebi que todos que são diferentes, sofrem essa perseguição e o castigo da escravidão.
É como se fossem inferiores ou devedores de alguma dívida impagável a essa gente branca.
Alguns conseguem fugir; mas, outros, têm a mesma sina que eu... E muitos: morrem!
Penso em desistir da vida, muitas vezes, mas isso seria um sacrilégio e eu não quero ofender Irokô.
Então, eu me conformo e procuro silenciar, na tentativa de sofrer menos. Apenas observo e tento aprender a cultura deles, para ver se tenho maior aceitação e menos castigo.
Não quero esquecer quem eu sou, de onde eu vim e todos os costumes de meu povo; por isso, eu procuro relembrar a cada dia um pouco mais. Eu sou diferente de todos.
Eu sou um negro albino. Em minha tribo isso era chamado de criança de Iku ou criança amaldiçoada.
Nasci assim: não sou índio; não sou negro; não sou branco. Então não sei quem eu sou...
mas eu existo e deve haver um propósito nisso tudo. Quantas vezes eu tentei fugir e quantas vezes eu fui para o tronco já perdi as contas!
Mas, ainda não desisti... Dizem os brancos que nós somos persistentes em nossos objetivos.
Eu sou persistente quando quero alguma coisa e insisto até conseguir...
Mas, dessa vez, meu Pai Olorum, acho que chegou meu fim, pois sinto-me enfraquecido e combalido.
Meus irmãos de raça me descriminam pois sou diferente deles.
Os demais daqui me olham estranhamente, como se eu tivesse uma doença contagiosa.
Então, sinto-me solitário, abandonado e alquebrado. Ainda não perdi minha fé, pois é a única coisa que me sustenta e que me segura firme na jornada.
Meus Deuses Africanos são a única coisa que tenho e o que me mantém vivo nessa prisão, de outras terras e de outros costumes.
Anoiteci aqui porque tentei fugir... Já está amanhecendo e alguém está vindo me soltar.
Jogaram em minhas feridas uma espécie de vinagre com salmora, para não infecioná-las...
Sinto muita dor e muita tristeza; ainda não me acostumei com essa vida. Na senzala, uma negra chamada Nhá Benta me tratou e me cuidou.
Ela tem uma filha: Inaê Cambinda.
Quero me casar com ela e por ela eu ficaria aqui... Estou fraco demais e quase desmaiando, mas ainda vejo o olhar de Inaê: doce, meigo e puro.
Não sei se sobreviverei, ou se conseguirei aguentar mais um dia nesse lugar.
Não sei se sou digno de Ti, Senhor Supremo, ou de pedir-te proteção, mas dai-me uma nova vida e condições de refazer essa jornada terrena, pois preciso compreender porque me trouxestes até aqui.
Meu Pai Olorum finalizo lhe pedindo, que: Quando me encontrares cansado, com o corpo curvado e pesado por causa da idade...
Dai-me forças para seguir adiante e em frente, porque mesmo assim, pretendo servir-Te para sempre Meu Pai!"

Festa de Oxóssi 2018

Dia 20 de Janeiro é o dia em que comemoramos a fartura de Pai Oxóssi, nesse dia nós da Casa de Oxóssi Groaíras também estamos completando mais um ano de fundação desta Casa de Axé.

A Casa de Oxóssi Groaíras foi fundada por Pai José de Aruanda em 20 de janeiro de 2009, desde então passamos a nos organizar fisicamente para que chegássemos o que somos hoje, ainda temos muito a aprender, vamos caminhando com a orientação de nossos Guias Espirituais em direção da evolução moral através da fé, trabalho, amor, dedicação e reforma intima. 

Foram muitas lutas, muitos "nãos", porém nunca desistimos de nosso objetivo de elevar o nome de Nossa Amada Umbanda Sagrada e levantar a Bandeira da Paz de Nosso Pai Oxalá.

De 2009 a 2011 passamos por uma fase bem critica, onde tínhamos medo do preconceito da sociedade, temíamos represálias por outras vertentes religiosas, porém nossa fé nos manteve de pé e nosso querido Preto Velho Pai José sempre nos aconselhando e guiando-nos pelos caminhos certos a seguir.
Em 2012 tomamos coragem e enfrentamos o medo, começamos a nos libertar, no sentido de perder o receio, nos mantivemos unidos, isso fez com que outras pessoas aderissem a religião, ganhamos forças, fomos motivados por amigos de outras vertentes religiosas e em 2013 fizemos nossa primeira participação em publico, no Desfile Cívico do 7 de Setembro. Não temos registros postados em Redes sociais, só a partir de 2014 começamos a fazer esses registros. Desde então somos bem acolhidos por maioria da sociedade e estamos sempre buscando alianças, valores que somem para sermos também ferramenta de transformação social.

Hoje Somos a Casa de Oxóssi Groaíras com 8 anos de História e muita batalha, só quem esteve ao nosso lado conhece nossa luta.

E para celebrarmos esse momento, para nós, tão especial iremos Louvar  Pai Oxóssi, Patrono de nossa Casa com uma Gira Festiva chefiado pelo Caboclo Ubirajara, um dos Mentores Guia de nossos trabalhos mediúnicos dia 27 de Janeiro (Sábado) a partir das 18 horas.

Sintam-se convidados!

Pai Edson de Oxóssi e Mãe Meire de Oyá
Dirigentes da Casa de Oxóssi Groaíras


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