Lei Seca não poupa nem Exu


Não são apenas os fãs do Happy hour que terão de mudar seus hábitos com a nova Lei de trânsito, que proíbe o consumo de álcool pelos motoristas. Os adeptos de alguns cultos religiosos também terão de dar um jeito de adaptar os rituais em terreiro brasileiro.


“Duro vai ser explicar isso para Exu, Zé Pilintra, Pomba-Gira e outras entidades de esquerda que fazem uso da bebida em cerimônias religiosas”, escreve-nos o internauta Ricardo Aguiar, 42, de Brasília.

Aguiar diz ter sentindo na pele a intolerância das autoridades. “Há 10 anos, repito o mesmo ritual: vou para o terreiro, incorporo minha entidade, que toma uma ou duas doses de cachaça, dá sua ajuda e vai embora. Nunca tinha tido problemas”.

Na madrugada da última sexta-feira, entretanto, o médium voltava da tradicional cerimônia quando foi abordado por um policial. Ainda vestido a caráter, capa preta e chapéu – “estava muito cansado para trocar de roupa àquela hora” –, recebeu da autoridade a ordem de apresentar a carteira de motorista, documento do carro e “certo olhar de través”.

“Ele me perguntou se eu estava fantasiado de mágico”. Surpreendido com o que chamou de desrespeito, Aguiar diz que ainda tentou explicar. “Relatei que não tinha tido tempo para tirar a roupa do trabalho. O policial retrucou com ironia: e você trabalha onde, no circo?’. Fiquei chocado”.

É, parece que o santo do guarda não bateu com o do Aguiar. “Com a provocação do policial, senti uma vibração diferente. Minha entidade já estava ali, pronta pra baixar a qualquer momento. Respirei fundo e tentei remediar: ‘não, senhor, trabalho numa casa espiritual. E não estou querendo ensinar o seu trabalho, mas seu comportamento pode configurar preconceito religioso’. Disse e citei um trecho da Constituição Federal, que já trago na ponta da língua para essas ocasiões: ‘A Constituição Federal consagra como direito fundamental a liberdade de religião, prescrevendo que o Brasil é um país laico. Com essa afirmação queremos dizer que, consoante a vigente Constituição Federal, o Estado deve se preocupar em proporcionar a seus cidadãos um clima de perfeita compreensão religiosa, proscrevendo a intolerância e o fanatismo”.

Pode ser que o policial tenha achado a decoreba constitucional do Aguiar além da conta, pois teve a idéia de perguntar: “Você, por acaso, bebeu?”. O médium corrigiu: “eu não, meu Exu bebeu”.

O policial sacou o rádio, pediu reforço, o bafômetro e completou:

“Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado”.

Os dois cruzaram olhares de guerra. Seguiu-se, então, a seguinte discussão:

Aguiar: “não há nenhum artigo na nova legislação que proíba entidade espiritual de beber”.

PM: “não há nenhum artigo que autorize entidade espiritual beber. Reze pra sua levar o álcool todo pro além, caso contrário você está encrencado”.

Quando o coronel da PM trouxe o bafômetro, Aguiar concordou em assoprá-lo. Deu lá coisa de 0,1 decigramas, um a menos que o permitido por Lei.

Inconformado, o policial chacoalhou o bafômetro, reclamou de um possível defeito e pediu que o suspeito assoprasse novamente. Já com cara esquisita, o médium deu uma baforada mais profunda que sujeito que pratica apnéia. “Os números do bafômetro foram crescendo, segundo a segundo, como num cronômetro. Já não era eu”, relata Aguiar.

Espantado e pressentindo estar diante do sobrenatural, o policial recorreu ao superior. “Não disse? Veja só, ele está bêbado!”

“Bêbado o quê?”, disse Aguiar, que já tinha deixado de ser Aguiar até na voz. O policial ficou arrepiado. “Quem bebe aqui sou eu, não meu ‘aparelho’. Deixa a gente ir embora, caso contrário o bicho vai pegar pro seu lado”.

O policial era teimoso. “Só faltava essa. Agora basta fingir que está incorporado para fugir da Lei. Já pensou se a moda pega? O que vai ter de Exu e Pomba-Gira saindo de balada não vai ser fácil”.

“Exu Tranca Rua”, saiu da boca do médium. “Seu coronel, seu funcionário é mesmo muito competente. Podia até ganhar uma promoção. Nas noites que o senhor está de plantão, ele faz uma retaguarda lá sua casa, juntinho de sua esposa”.

O policial queria dizer que era mentira do Exu, intriga, mas a palidez do rosto serviu como confissão. “Não é o que o senhor está pensando…”

“Pois é sim”, continuou a entidade. “Depois dizem que eu é que tenho chifre. Se o senhor pudesse ver o tamanho do seu”.

Quando o Aguiar voltou totalmente a si, encontrou um festival de socos e palavrões. “Eu, que não tinha nada a ver com aquilo, fui embora. Mas, enquanto a legislação não prevê exceção para as entidades, reproduzo a recomendação dos mentores espirituais: se incorporar e beber não dirija”.

Texto: Mirna Bom Sucesso do Blog Umbanda Arquivo.

Dezembro - O mês das Iabás


O Mês de fevereiro começa e há uma grande dúvida, alguns terreiros começam a se preparar para a Quaresma, o "Período Negro", outros terreiros com uma filosofia mais antigas Comemoram fevereiro pra Iemanjá, pelo sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes, outros que tem uma filosofia abarcada nos cultos do Candomblé tem fevereiro como o Mês das Iabás.

Nós umbandistas que não desprezamos os conceitos do Candomblé e nem os repudiamos, apesar de não os seguirmos, porém como estudo é muito importante sabermos o que São as Iabás.

Iabá ou Iyabá é o termo usado para definir os Orixás femininos tais como: Oxum, Iansã, Obá, Ewá, Iemanjá, Nanã e outras. Também é a designação de um cargo feminino, dentro de um Centro de Umbanda, sendo que, quando uma médium passa a ser uma Iabá, é porque se tornou uma Mãe de Santo, Iabá é o termo feminino de Babá que é a denominação para Pai de Santo. Yalorixá e Babalorixá são os termos mais corretos. É importante ressaltar que este termo não é apenas um titulo para se tornar Yabá ou Babá se tem uma consagração, uma firmação de Coroa. Os Babalorixás são sempre ordenados e consagrados por nossos Babás.
Uma Iabá ou Yalorixá sempre terá palavras de conforto e carinho para com os médiuns, e deve tratar todos de uma maneira igual e com respeito. Tanto os Babás, ou Dirigentes, como as Iabás sempre devem estar prontos para ajudar um irmão de fé, sem julgar quem merece ou não, tanto dentro ou fora do Centro.

Entre as Iabás, Iemanjá é certamente a mais popular, festejada em todo Brasil como a rainha do mar, homenageada nas praias da Bahia no dia 02 de fevereiro, em São Paulo no dia 08 de dezembro e no Rio de Janeiro e em Natal na passagem do ano. Flores, perfume, jóias, bijuterias são algumas das oferendas que recebe nessas ocasiões. Muitos, porém, não vêem Iemanjá como uma divindade de origem africana, sendo comumente representada pela imagem de uma mulher branca, vestido de azul, com longos cabelos negros, muito distante da Mãe Africana de Seios Chorosos Oxum representada na Umbanda como uma mulher negra, magra e elegante, é a Rainha das Iabás, vive no palácio de cristal, alguns a comemoram no dia 8 de dezembro outros em 12 de Outubro. Iansã é outra Iabá, senhora da força, companheira de Xangô, Negra na Africa, porém branca e Loira no Brasil. A última Iabá lembrada na Umbanda é Nanã, senhora velha cuja sabedoria é inabalável  No candomblé ainda fazem parte: Ewá e Obá.

Apesar de nosso terreiro ser de Umbanda também cultuamos Ewá e Obá, pois como dirigente acho muito importante sabermos um pouco da história e a cultura dos orixás cultuados no Candomblé ou em outras religiões de cunho africano.

Muita paz, luz, harmonia e muito axé a todos!

Obs.: Texto retirado do Blog Umbanda Reino da Paz


Pai Edson de Oxossi.

A Escolha do Padrinho na Umbanda


O padrinho espiritual é um cargo muito importante, algumas casas por egoísmo e medo aboliram tal prática porém outras casa espirituais continuam com essa Tradição.
O Padrinho espiritual é escolhido pelo Médium Iniciante, sem qualquer interferência de outro médium ou do Pai de Santo. Os médiuns a serem escolhidos já devem estar desenvolvidos.
Essa Escolha é muito importante para o Médium pois o padrinho é o modelo, o molde da mediunidade agora desenvolvente no Iniciante Por isso é uma responsabilidade muito grande ser padrinho.
Quando o Médium escolhe Médium “X” também escolhe todas as entidades da coroa mediúnica daquele filho, por isso deve ser bem escolhido, o seu padrinho deve te transmitir segurança, confiança, ensinamento em fim é Ele que direcionará você lhe ensinará as regras e formas de trabalho daquela casa, por isso deve-se pensar bem a quem escolher.
O médium deve sempre pedir a benção a seu padrinho, pois ele também é o responsável espiritual será aquele que estenderá suas mãos para o iniciante poder trilhar o caminho espiritual, por isso escolha seu padrinho não por conveniência ou soberbia, escolha de coração e tenha nele a fé.
Ser padrinho é muito importante, pois é o reconhecimento do trabalho bem feito, é ganhar mais que um amigo, um irmão, um companheiro espiritual de trabalho, porém a responsabilidade é grande, por isso lembre-se sempre a troca que deve ser feita entre padrinho e apadrinhado: “Dê ao afilhado respeito e receba carinho, dê ensinamento e receba companheirismo, dê amor e receba a paz”

Texto de Pai Léo Del Pezzo

A Postura de um Médium


O que o seu espelho reflete?

Outro dia estava conversando com um amigo sobre a forma com que as pessoas enxergam a Umbanda hoje em dia e, juntos, chegamos à conclusão de que grande parte da culpa de toda essa discriminação que a Umbanda sofre hoje em dia é dos próprios médiuns umbandistas que tem alguns comportamentos bem aquém do que deveriam ter. Não estou aqui pra dizer que sou perfeito e não comento erros e nem pra apontar o dedo para ninguém e dizer que estão todos errados, não é nada disso, vou colocar aqui apenas algumas observações que fiz durante algum tempo e, inclusive, são algumas coisas que preciso melhorar em mim também.
Pra início de história um médium é um canal por onde o mundo espiritual age diretamente no nosso mundo físico e, sendo assim, o médium deveria estar sempre, ou pelo menos grande parte do tempo, em comunhão consigo mesmo afim de manter o equilíbrio do corpo e da mente porém, infelizmente, não é isso o que vemos até com alguma frequência. O que mais vemos são médiuns cometendo algumas barbáries contra o seu próprio corpo e espírito e o mais comum deles é, acredite, frequentar lugares de baixa vibração como bares, casas de jogos de azar (só o nome já diz tudo, não é verdade?) e até mesmo prostíbulos. Não que todo mundo tenha que ser santo, se abster do álcool e deixar de ir à bares para tomar sua cervejinha mas poxa, precisa mesmo ir naqueles bares mais esquisitos da face da Terra e se juntar com pessoas que possuem uma vibração tão baixa que parecem ter escrito na testa a palavra “Problema”? Casas de jogos de azar então são os verdadeiros antros da baixa vibração, onde sempre tem um querendo ver o outro se dar mal para se dar bem em cima da perda. Os prostíbulos então nem se fala, quer um lugar pra dar mais gente de baixa vibração que um prostíbulo? Esses lugares de baixíssima vibração devem ser evitados ao máximo pelos médiuns principalmente porque o Médium de Umbanda sabe exatamente o que vai encontrar ali mas mesmo assim teima em frequentar esse tipo de lugar e trazer pra dentro de sua própria casa, do seu serviço e até mesmo pra dentro do terreiro que frequenta, aquela energia pesada, carregada, negativa que se absorve em um local desses.
Outro comportamento completamente deplorável na vida de um médium é fazer fofoca, sim, acredite, isso acontece mais do que você imagina. Existem os médiuns de incorporação que são conscientes quando estão trabalhando e, assim que terminam os trabalhos no centro, juntam-se em grupinhos para falar mal da vida dos outros, falar sobre o que foi conversado com a entidade e, sentindo-se os donos absolutos da verdade, aproveitam-se para fazer um julgamento à respeito da vida daquele consulente que foi lá e confiou suas dúvidas e/ou seus problemas ao médium e à entidade que ali presente estava. Como se não bastasse essa fofoca toda à respeito do que foi conversado com os consulentes, ainda aproveitam o grupinho de fofoca para falar mal da vida dos outros médiuns. Que falta de respeito, hein? Imagine agora como ficará a sua consciência sabendo que todo mundo está ali vendo o que você está fazendo e, pior, vendo que você sequer respeita a religião que diz seguir?
Voltando ao preconceito a Umbanda sofre hoje em dia, me diga você, meu caro Umbandista, o que você acha de uma religião onde as pessoas que deveriam estar ali para fazer somente o bem muitas vezes são as primeiras a espalhar histórias sobre a sua vida, expondo a sua intimidade? Imagine então que você foi à um terreiro, se consultou com a entidade incorporada em fulano e que, no outro dia, esse mesmo fulano estava caído de bêbado em algum buteco da sua cidade? Imagine então encontrar esse médium traindo sua/seu companheira(o) de relacionamento?
Volto a dizer que não estou aqui querendo pagar de santinho e dizendo que o Médium de Umbanda (ou de qualquer outra religião) deva abdicar de sua vida e diversão para viver em prol da Umbanda mas vamos manter o mínimo de compostura, não é? Quer beber sua cerveja, faça de forma responsável, não precisa beber até ficar em um estado deplorável, caindo pelos cantos. Quer jogar um carteado? Reúna-se com a família e/ou os amigos e faça uma mesa de jogos em casa, sem apostar nada além da própria diversão, pra quê ceder ao vício das apostas?
Não quero dizer que todo umbandista aja dessa forma, muito pelo contrário, os que agem assim são exceções dentro da Umbanda, mas é fácil ver que os maus exemplos sempre são mais perceptíveis que os bons exemplos, principalmente para quem está de fora, e que essas atitudes acontecem em qualquer religião, porém por a Umbanda ser uma religião de certa forma mais permissiva, tem um potencial maior de ocorrências desses casos e, tudo isso, junto com o preconceito que já existe, acaba por potencializar cada mau ação dos Umbandistas e isso reflete em toda a religião, infelizmente.
Aprendi desde pequeno e ouço até hoje que respeito não se impõe, respeito se conquista e é através de nossas próprias ações e atitudes que conquistamos o respeito que merecemos. Não adianta nada frequentar um centro espírita, um terreiro, uma igreja ou qualquer outro lugar sagrado se as suas ações depõe contra você mesmo.
Lembre-se que a forma com que os outros lhe enxergam nada mais é do que o que você mesmo enxerga no espelho de sua vida e que não adianta ter a melhor e mais bonita moldura do mundo se a imagem refletida não é agradável.

SER MÉDIUM



Ser médium, de forma geral, é uma grande dádiva que nos é concedida por Deus, sempre no sentido do nosso aprimoramento espiritual. O importante, como afirmam os amigos espirituais, não é ser médium, é ser um bom médium.
Ser um bom médium é, certamente, estar em sintonia o mais perfeitamente  possível com os planos do Cristo Jesus na ação de redimir e conduzir as pessoas à uma vivência real da sua existência, que é a de ascender, destruindo a ignorância, mãe da superstição e crendice, para uma vida em conformidade com o Plano de Deus para o ser humano, encontrar-se, encontrando Deus em si, para encontrar a felicidade tão almejada e inata em todos.
Não existe possibilidade de ser um bom médium se não se adota como regras essenciais de sua vivência mediúnica o estudo e a disciplina. O conhecimento desmitifica o mediunismo, e mostra o quão natural é o processo mediúnico; a disciplina facilita o afastamento do excesso de animismo e assenta o médium na humildade.
Mediunidade não é fenômeno sobrenatural ou mágico, é o uso natural do aparelho físico do médium, a partir do consentimento do mesmo, para que juntos possam, médium e guia,  espalhar a palavra de conforto, ensinamento, e de ajuda através das manipulações energéticas, sempre no sentido de mostrar a grande misericórdia de Deus e a necessidade de reforma íntima, de aprimoramento moral, para se conquistar a real paz e alegria, que é a felicidade almejada, mesmo que inconscientemente. Ora, se oferecemos o nosso aparelho físico para ser usado pelos amigos desencarnados é preciso que o aparelhemos, para que possa ser hábil e apto às comunicações dos Guias e Mentores.
Ilusão mentirosa pensar que o guia faz tudo sozinho, pois a mediunidade psicofônica (incorporação) é uma mediunidade de efeito intelectual, ou seja, é realizada na intelectualidade do médium, no uso de seu cérebro físico como receptor, decodificador e transmissor das mensagens espirituais. Não havendo códigos doutrinários, evangélicos, racionais formados pelo conhecimento adquirido, o médium será deficiente na possibilidade de decodificar intelectualmente as mensagens doutrinárias e evangélicas dos Guias e, pior, em se tratando de médium fantasista e supersticioso, essas mensagens serão fonadas cheias de deturpações e vícios supersticiosos de propriedade do medianeiro. Se o trabalho mediúnico é feito a dois, médium– guia, a contribuição do médium será um fracasso no que concerne ao plano cristico de esclarecimento e elevação mental e espiritual, através do mecanismo mediúnico.
Não existe milagre na mediunidade, mas um evento natural de ligação mental entre o medianeiro e o irmão espiritual a se comunicar, seja através da palavra, dos gestos ou das manifestações físicas.
Muitas vezes médiuns verdadeiros, mas atacados de escrúpulos, o que é outro grande erro prejudicial ao desenvolvimento mediúnico, nos falam da sua excessiva preocupação com o famoso e famigerado animismo.
Vejam bem, existe sempre animismo em qualquer tipo de mediunidade, pois o aparelho que está sendo usado é o corpo físico do médium, que está“habitado”, ligado ao espírito do mesmo. As atuações, idéias, etc, do espírito comunicante passam pela vivência, conhecimento e experiência do médium para chegarem ao mundo físico, portanto sempre haverá animismo, ou seja, a presença da “anima”, da alma do médium. Esse, como diz Ramatis, é um animismo sadio, quando o médium é maduro, consciente da sua responsabilidade e aparelhado com conhecimentos doutrinários e evangélicos que afastem da sua memória intelectiva as sombras da ignorância, das crendices e superstições, que podem até fascinar as pessoas sem conhecimento e maturidade espiritual, mas não ajuda, não eleva, não conduz à libertação, razão da mediunidade nos Planos do Cristo. Esse seria um animismo pernicioso e ruim.
Voltando a Ramatis, lembramos o seu ensinamento a respeito da mediunidade sem sombras de superstições e ilusões. Ele compara a mediunidade a uma xícara que contém café com leite. O café é o médium, o leite o guia. Ocorre a mistura, o café não é mais apenas café e o leite não mais apenas o leite, trata-se de café com leite. Agora, a maior ou menor quantidade de café ou de leite na xícara, que seria o medianeiro, depende do médium. Da sua seriedade, maturidade, fé, confiança e conhecimentos.
A mediunidade se processa de forma natural quando, nos momentos competentes e nos lugares certos, o guia envolve o perispírito do médium com suas energias mentais e emocionais. O perispírito do médium, como é natural, projeta esse envolvimento ao Duplo Etérico do medianeiro que, automaticamente, pelas rasuras existentes na sua tela etérica comunica essas energias mentais e emocionais ao corpo físico desse médium, mediunizando-o, ou seja, tornando-o medianeiro, instrumento comunicador das idéias
e sentimentos do guia comunicante.
Nada, portanto, de sobrenatural, apenas o exercício, planejado pela espiritualidade, de trabalho conjunto pela caridade, para ajudar na ascensão da humanidade.
Outro fator importantíssimo para a realização da mediunidade com Jesus é a disciplina. Os guias são espíritos que estão inseridos num processo evolutivo já consciente e irmanados à vivência espiritual da busca de Deus. São profundamente disciplinados, pois a ordem e o respeito são fatores preponderantes ao bom andamento evolutivo, que afasta a interferência das sombras, onde habitam espíritos indisciplinados, motivados pela ignorância. Sempre digo que quando há movimentos de indisciplina, desrespeito à hierarquia e à filosofia da Casa onde médium-guia trabalham, não se trata do espírito comunicante e sim da interferência do médium.
Guia não invade o livre arbítrio do médium, não cria desordens, não atrapalha a evolução dos seus aconselhados, não perde tempo com futilidades, mas aproveita todas as oportunidades, quando presentes na mediunidade do encarnado, para doutrinar, ensinar e evangelizar. Creio ser esse o sintoma prático de uma boa incorporação.
Diz o Pai Tomé que “Umbanda não é teatro e terreiro não é tablado para apresentação de irmãos carentes, desavisados e vaidosos”. Daí a necessidade da disciplina num Templo Umbandista. Disciplina que ensina, que ordena e organiza o trabalho religioso de um Templo, que deve ser Igreja onde se ora, Escola onde se ensina e Hospital onde se trata. Como existir essa bela realidade sem disciplina que organiza e favorece a organização de uma Casa dedicada ao trabalho de caridade com Jesus? Gosto da frase de André Luiz quando diz: Caridade sem disciplina é perda de tempo.
Médium que não aceita ou não quer se adaptar à disciplina do seu Templo, não está buscando espiritualidade e o intercâmbio sadio com o plano espiritual, mas sim preencher seus problemas carenciais e emocionais com a“religião” que satisfaça aos seus desejos e caprichos. Trata-se de mais uma máscara do ego, que só plantará mais o indivíduo na superficialidade e sentimentalismo vazio. E isso não é mediunidade com Jesus.
A mediunidade será sempre uma oportunidade dada pela misericórdia divina para que reconquistemos oportunidades perdidas em encarnações passadas, ressarcindo as dívidas contraídas com a Lei Universal pela nossa inércia e preguiça de caminhar com Jesus, nos caminhos da evolução espiritual. Quantos médiuns continuam a se perderem nos emaranhados da vaidade, do orgulho e da ignorância, pulando de Templo em Templo, sem se estabilizarem em nenhum e sempre culpando esses Templos sem se darem a oportunidade de, humildemente, enxergarem a sua vaidade e orgulho, quando não sua preguiça em se lançar na labuta do estudo, da disciplina e do trabalho. Lembremo-nos que: “Tolo é aquele que naufragou seus navios duas vezes e continua culpando o mar” (Publio Siro)
Emmanuel dizia a Chico ser necessário para trabalhar com ele de disciplina, disciplina e disciplina. Pai Ventania diz ser necessário para trabalhar com ele de austeridade, austeridade e austeridade.
Ele entende  austeridade como seriedade no comportamento que implica em respeito e acatamento aos preceitos disciplinares contidos no Regimento Interno, respeito e acatamento à hierarquia constituída, respeito e  acatamento ao ambiente que deve ser marcado pela religiosidade e fé, na busca da interioridade e crescimento espiritual. Ele sempre nos alerta dizendo que:
“Todas as atividades num Templo que tenha a marca da espiritualidade, inclusive na Umbanda, devem ser realizadas no espírito de silêncio, seriedade, austeridade, prece e reflexão.
 Em todos os aposentos de um Templo Umbandista os médiuns de sua corrente devem agir com esse mesmo espírito, não transformando o hospital, escola e igreja, que deve ser todo o ambiente do Templo, num lugar de conversas, exterioridades e conchavos.
Não transforme nunca o seu Templo num clube de amigos ou local de encontros, na ânsia insana de saciar a carência, ainda imatura, de aceitação e afetividade, o que, sem dúvida, acarretará, mais cedo ou mais tarde, fofocas e conversas fúteis, fáceis de serem aproveitadas pelos irmãos das sombras na sua ânsia de destruir as casas sérias e comprometidas com Jesus e a Alta Espiritualidade.
Cada médium, partícipe da corrente do Templo, deve agir de forma correta em sua posição e comportamento, e assim exigir de seus companheiros comportamento adequado à seriedade e crescimento espiritual que a espiritualidade exige.
Sejam, meus filhos, médiuns austeros e idealistas na construção e conservação do seu Templo espírita, que só será real e concreto se estiver plantado na disciplina, no estudo e no trabalho.
Você é responsável pelo Templo em que militas e, não se esqueça, responderá ante a Lei pela sua atuação e comprometimento com tudo aquilo que fuja do ideal de verdadeira fé, segurança e caridade.
O Templo pertence a Jesus e à Espiritualidade, e devemos estar nele respeitando os seus verdadeiros donos e agindo de acordo com suas orientações de disciplina, piedade, oração e trabalho. (Cab. Ventania de Aruanda)
O trabalho do médium é marcado pelo amor. Esse amor, para ser real, se expressa através da humildade, esforço e confiança no chamado para o exercício mediúnico e nunca por meio de sentimentalismos e superficialidades de quem ouve, aceita mas, na hora da prática burla essa disciplina ou age como se a mesma não fosse para ele, parece que dá uma amnésia irresponsável que, com certeza vai repercutir no todo, pois somos elos de uma mesma corrente.
O importante não é só aprender, mas utilizar os conhecimentos para lhe fornecer segurança. Não adianta o Templo oferecer cursos e aprendizados, os dirigentes se esforçarem para esclarecer e apontar o caminho da austeridade e disciplina templária,  se o médium não se liberta  da sua insegurança e vivências passadas de superstições, crendices, vaidades e superficialidades. Diz um ditado conhecido que Deus não chama os capazes, mas capacita aqueles que chama, quando se deixam capacitar.
O Templo oferece conhecimento, oportunidade de exercitar a disciplina, de ter um desenvolvimento mediúnico sadio e desprovido de fantasias, mas se o médium não se deixa capacitar, ouve, mas não transforma em sabedoria esse conhecimento, no exercício de suas atividades no Templo, é inútil, continuará na imaturidade religiosa e, portanto, num exercício mediúnico não sadio. Esse médium não contribuirá para somar na Corrente em que se encontra e diz Pai Ventania que médiuns sem maturidade, ainda infantis na sua vivência religiosa e mediúnica, não serve para trabalhar com ele, na missão que tem na construção do Templo do Cruzeiro da Luz.
Não, mediunidade não assusta, somente aos fracos, e como sabemos, a felicidade não pertence aos fracos e covardes. E, infelizmente, quantos se apresentam como fortes e desejosos de aprender e construir, mas que fica na superficialidade do aprendizado, não criando raízes profundas de humildade e serviço. Vivem dizendo que estão felizes e carregam profunda tristeza e sofrimento em seus interiores. Vivem de fachada, de exterioridades.
Pertencer a um Templo Espírita é assumir, com o coração e a vida, a filosofia, a disciplina e o trabalho da Casa. É triste para o Dirigente de um grupo espiritualista quando ele se esforça, ensina, se doa, oferece seu tempo e amor no trabalho de fazer crescer os médiuns da sua casa em religiosidade, disciplina e serviço, e observa que determinados médiuns, embora estudem e ouçam, se mantêm na superficialidade deslizando na disciplina, na humildade, agindo de forma independente da vibração harmoniosa da Corrente.
Se o médium não entendeu, depois do Aspirantado, do período entre a Vinculação à Corrente até a Vinculação de Exu, que as normas do Templo visam a unificação, à concretização dos rituais da Umbanda, à vivência da religiosidade, é sinal que ainda está com excesso de máscaras do ego e fechou a brecha da humildade, através da qual poderá penetrar a luz do verdadeiro conhecimento e prática de intercâmbio mediúnico sadio.
Se existe uma hierarquia, que são aqueles que receberam “ordens e comando” do Guia Chefe do Templo para manter a espiritualidade e a disciplina em alta, é porque assim é na Umbanda. Desde o Sacerdote Dirigente até os Pais, Mães Pequenos, Ogãs e Ekedis, são instrumentos nas mãos da Espiritualidade do Templo a serviço da seriedade, amor real e religiosidade do mesmo. E, a esses irmãos que são cobrados pelo Plano Espiritual, doam seu tempo, energia e amor a serviço de seus irmãos, deve haver total respeito e acatamento, como centro de unificação e sacralização da religião, como representantes da espiritualidade responsável pelo Templo.
Eles não são Pais e Mães apenas dentro do Templo, mas em qualquer lugar em que estejam, sempre salvando-se o discernimento e respeito aos ambientes em que estivermos. Pois o médium não é apenas umbandista no Templo e não são membros da Corrente, ou seja, da egrégora do Cruzeiro da Luz, apenas no Templo, mas em qualquer lugar em que estiverem. Após a Vinculação, uma marca espiritual é impressa no médium. Onde estiver é vista pelo Plano Espiritual como membro dos Cavaleiros da Luz, pertencentes ao Cruzeiro da Luz.
O médium que se sente diminuído, ou que pela sua vaidade e escrúpulo, não toma a bênção aos Pais e Mães em qualquer lugar em que os encontre, com segurança e carinho, demonstrando seu respeito, amor e fidelidade à Corrente do Templo a que pertence, ainda está na superficialidade da sua vivência religiosa, principalmente como membro do Cruzeiro da Luz. Tomar a bênção denota, com certeza, sua integração real e comprometimento destemido com o trabalho da Umbanda e do Cruzeiro da Luz. Dizem os Mentores que na bênção dada pelos membros com “ordens e comandos”, existe “a eles a responsabilidade de abençoar e a quem pede o benefício de ser abençoado”, pois quando eles abençoam, têm o aval da espiritualidade superior da casa e, portanto, apenas canalizam para nós a benção dos Irmãos Espirituais Superiores.
Para mim é triste quando detecto médiuns do Cruzeiro da Luze encontrarem seus irmãos com cargo no seu Templo e se esquivarem de tomar a bênção, especialmente quando sinto a ponta da vaidade, do escrúpulo e da falta de fé na realidade ritualística e religiosa da Umbanda. Principalmente quando sei e acontece que membros de outros Templos ao nos encontrarem, em qualquer lugar, seja pela internet ou na rua, logo tomam a bênção, pois sabem da importância canalizadora de energia e do ritual preceituado no Movimento Umbandista. Para mim, médiuns que agem desse jeito, estão atrasando sua caminhada de serviço mediúnico e, pior, deixando que a vaidade e a superficialidade fale mais alto que o aprofundamento e vivência religiosa real e concreta.
Porque mediunidade é exercício religioso de doação, amor e vida. É fácil de vivenciá-la, quando o irmão chamado a exercê-la se mune de intrepidez, humildade e comprometimento fiel. Intrepidez para enfrentar os percalços naturais, as renúncias e a abnegação que faz desse exercício uma atividade sagrada, é o sacro ofício = sacrifício.
Humildade para aceitar a disciplina, as correções necessárias e as atividades ritualísticas de sua Casa de Trabalho. Amando-a e assumindo-a como parte de sua vida.
Comprometimento para assumir, como sua família espiritual, a Corrente a que pertence. A fidelidade ao Guia Chefe, ao Sacerdote-Dirigente, à Corrente composta de seus irmãos de trabalho espiritual só será realidade a partir da maturidade do médium, que se comprometerá com a mente, o coração e a vida a esse trabalho no Templo Umbandista que o acolhe, ensina e forma para uma vida religiosa e mediúnica sadia.
Comprometimento para trabalhar a sua mediunidade com uma única razão, que é a razão pela qual os guias abnegadamente assumem as formas perispirituais no movimento umbandista (Caboclos, Pretos Velhos, Crianças e Exus), que é a de crescer, ajudando seus irmãos a crescerem espiritualmente, sendo assistidos pela misericórdia de Deus, no tratamento de suas dores e problemas.
Sim, ser médium na Umbanda é maravilhoso, é gratificante, só é necessário que entendamos que ela é uma religião disciplinada e ritualística, que é preciso ser compreendida, vivida e amada no Templo a que pertençamos. Diz o Caboclo das Sete Encruzilhadas que
“A Umbanda é uma árvore frondosa, que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los”.
 Pai Valdo (Sacerdote Dirigente do T. E. do Cruzeiro da Luz da casa mater)

As Imagens


"Pelas orações, podemos entrar em comunhão com Olorum e com os Orixás."
Uma imagem não é simplesmente um enfeite de barro, pedra, vidro, madeira ou outro material.  É uma concepção humanizada da divindade, que possibilita a reverência e uma conexão rápida do fiel com a mesma, através de uma consciência pura e repleta de energia naquele momento de prece.

A Umbanda aceita os ícones sagrados de outras religiões (como os santos católicos, os orixás do candomblé, as divindades orientais, como Buda e outros), pois um espírito, quando se universaliza, abre um campo de atuação tão amplo que ultrapassa a religião que possibilitou sua elevação e ascensão dentro das hierarquias divinas. O Divino Jesus Cristo, por exemplo, ocultava com sua singela imagem humana, o Divino Mestre Oxalá. Um mistério divino tem alcance planetário e possui suas hierarquias espalhadas por todas as religiões.

O Ritual de Umbanda Sagrada é universalista, congrega espíritos de todas as esferas espirituais, dotando-os com nomes simbólicos, identificadores das qualidades dos orixás. A Umbanda aceita todas as divindades como exteriorizações dos mistérios divinos, acolhe a todas e reserva a cada uma um meio de melhor amparar os espíritos que Deus Pai lhe confiou, através das linhas de ação e trabalho.

Uma imagem consagrada pode facilitar a conexão com a divindade e amplia a fé na proteção divina. Essa fé e o uso correto da vontade conferida por Deus ao homem são forças imensamente poderosas.

Conforme a pessoa vai orando em frente à imagem, ela vai sendo cada vez mais imantada com o fervor de sua a fé. Cada vez que o fiel voltar a orar diante da imagem, aquela imantação o estimulará a vibrar numa frequência sempre mais elevada.

Quem imantou a imagem é sempre beneficiado com isso, pois quando não estiver em condições de elevar a própria vibração, basta chegar perto dela, aquietar-se e receber a irradiação da energia que ele(ela) mesmo(a) imantou com suas preces, e entrar em estado vibracional elevado.

Qualquer ser humano que tenha um pouco de sensibilidade, ao passar diante da imagem consagrada e que recebe orações fervorosas, vai sentir sua imantação e será estimulado a vibrar positivamente.

É preciso manter silêncio, reverência e respeito diante de imagens consagradas.

O Poder da Pemba


– O que é a pemba e para que serve?

PAI VELHO – Pemba era um giz de fabricação especial, obtido através de um rito ou cerimônia. Passava de geração a geração e servia para grafar determinados sinais cabalísticos ou mágicos, com as mais diferentes significações, os quais variavam desde o nome da entidade que os firmava até às ordens astrais, envolvendo as mais diversas classes de entidades. De modo geral, porém, os sinais riscados pela pemba eram para uso de magia.

 – Qual é o verdadeiro valor oculto, ou de imantação, da pemba?

PAI VELHO – Nenhum, pois o valor e a finalidade não estão no giz, e sim nos sinais grafados. O giz comum serve perfeitamente para o fim a que se destina: é inclusive mais barato e econômico.
    A grande quantidade de pembas preconizadas para esse ou aquele fim é pura especulação comercial, sem o mínimo valor cerimonial ou oculto. Risca-se ponto demais. Com pembas ditas de Angola, do Congo, da Costa e de Moçambique. Os pontos autênticos das verdadeiras entidades são raros.
    Sabendo que a magia não está na pemba e sim nos sinais que a entidade firmou, vamos apreciar o assunto em seus menores detalhes.
    O Ponto Riscado, ou a Grafia do Orixá, é uma ordem escrita a uma série de entidades, desde os espíritos da natureza aos Exus e até a espíritos sensíveis às figuras geométricas.
    O ponto completo obedece a sete sinais positivos que o identificam:
A que vibração primordial-forma pertence a entidade: caboclo, preto-velho ou criança;
A que linha pertence, dentro das sete fundamentais;
A falange ou subfalange, bem com o grau hierárquico dentro dos três planos de manifestação: Orixá, do Guia ou do Protetor;
Planeta regente e signo zodiacal;
Cor Fluídica Esotérica;
Elemento que manipula, figura geométrica, corrente cósmica e metal correspondente;
Entidades que comanda, quer as chamadas naturais, humanos ou não e artificais.
     Além desses sinais positivos existem os negativos, ocultos.
    O ponto riscado é a própria história da entidade e dos auxiliares que a acompanham em seus trabalhos. É através dele que também podem ser efetuadas todas as fixações de magia, as ordens a uma série infindável de espíritos, obedecidas religiosamente. Traçado de pemba é coisa muito séria e pode, inclusive, pela leviandade de se riscar pontos sem o mínimo conhecimento, desencadear as mais imprevisíveis forças, às vezes com conseqüências irremediáveis.
    A questão dos pontos é tão importante que todos têm nas palmas das mãos o selo dos Orixás responsáveis pelos destinos de cada um, como dizem os estudiosos da Quiromancia.

O TERREIRO É SUA SEGUNDA CASA!


Deve haver dentro de cada um de nós, a consciência de que a nossa responsabilidade espiritual não se limita a “vestir o branco”, e participar das Sessões Espíritas. Temos que nos mostrar sempre presentes e dispostos a ajudar, colaborando ativamente e financeiramente com a manutenção do nosso Terreiro, - nosso Chão. O Chão que o acolheu! É nosso dever mantê-lo em funcionamento, levando a sério o pagamento de nossa contribuição financeira.

Sem dinheiro, mal podemos nos locomover, não conseguimos pegar um ônibus, comer, ou fazer parte de qualquer atividade social, a menos que essa entidade se auto mantenha, mas mesmo assim, para o Terreiro se manter de pé, alguém estará custeando as suas atividades e as nossas presenças. Quando um Terreiro nos abre as portas para uma sessão de culto e ou uma reunião festiva em louvação aos Orixás, ou mesmo para uma simples consulta espiritual, por mais humilde que seja o templo, esteja certo de que está havendo uma despesa para que essa atividade se realize! E, se somos recebidos gratuitamente, alguém está custeando as despesas para a realização dessa empreitada espiritual. Alguém irá pagar a conta.

A Umbanda não cobra DÍZIMO e nem “mão de obra” pelos trabalhos espirituais realizados nos Templos, que são as Casas dos Orixás, espaços simples e acolhedores, onde com os nossos pés no chão, sentimos a força e a leveza da Energia Espiritual, também constatamos ali, todo o nosso potencial de realização que emana da energia do Terreiro indo além de nossa imaginação.

O fato de não se cobrar o DÍZIMO, não significa ausência de despesas, é claro que não! Sabemos das inúmeras despesas de um Terreiro, dentre elas, luz, água, produtos de limpeza, velas, defumação, bebidas, fumo e outros materiais ritualísticos, além de encargos e cobranças relativas à legalização e contabilidade de um Terreiro!

Tudo isso, sem falarmos de pagamento de alugueres em alguns casos.

Será que o Dirigente Espiritual, o Diretor de Culto, ou Diretora de Culto, deve arcar com essas despesas a fim de fazer valer sua condição de “proprietário” do terreiro”? Serão os Diretores, os maiores beneficiados nos trabalhos espirituais realizados nos Terreiros? Não ! Não é ! O Terreiro é um espaço nosso, e sagrado, ele é um prolongamento da nossa casa. E, o Dirigente Espiritual, em sua Sublime condição de “Médium Dirigente”, ao realizar o seu Trabalho Espiritual em cumprimento de suas Atribuições Cármicas, simultaneamente, ele amenizando o “peso cármico” de cada um dos seus Filhos no Santo, seus afilhados espirituais. O Dirigente Espiritual, literalmente com os pés no chão”, humildemente, cumpre a sua nobre Missão Espiritual, ao mesmo tempo, trabalhando em prol de seu Crescimento Espiritual e de todo o grupo de médiuns e consulentes, pacientemente e generosamente, nos dedicando a maior parte do seu tempo. Por tudo isso e por todo o seu desprendimento, nos impõe o salutar dever Moral e Espiritual de ajudá-lo na condução e manutenção do nosso Templo.

Portanto, deve haver dentro de cada um de nós, a consciência de que a nossa responsabilidade espiritual não se limita a “ vestir o branco”, e participar das Sessões Espíritas. Temos que nos mostrar sempre presentes e dispostos a ajudar sempre, colaborando ativamente e financeiramente com a manutenção do nosso Terreiro, - nosso Chão. O Chão que nos acolheu! É nosso dever mantê-lo em funcionamento, levando a sério também a nossa contribuição financeira.

Na verdade, o Terreiro é uma Grande Família. O sentimento de irmandade, fraternidade, amor e respeito, reinante no seio do Terreiro, constitui a base de um Grande Elo de Corrente Espiritual. Por outro lado, todos nós temos Direitos e Deveres, temos responsabilidades e obrigações uns com os outros, essa consciência grupal faz parte de nosso trabalho espiritual. A generosidade faz parte de nossa elevada missão de Médium.

Sabemos que há muitos irmãos que só procuram o Terreiro, quando necessitam de orientação para seus problemas existenciais, como se procurassem uma clínica médica, um Analista e seu Divã. No Terreiro, ao invés do Divã, sentam no Tosco Banquinho do Preto Velho ou da Preta Velha; contam suas magoas e queixas e, resolvidos os seus conflitos, alguns passam a condição de visitantes costumeiros, e com o passar do tempo, acabam se conscientizando da importância de suas atribuições cármicas e, como Médium em desenvolvimento, passam a fazer parte daquela Família Espírita. Outros, após sanados seus problemas interiores , se ausentam até que surja outro problema. Esses Visitantes eventuais, não conhecem intimamente a importância do exercício da mediunidade, deixam para atrás a oportunidade de fazer parte do convívio daquele Terreiro. Esses visitantes ocasionais desconhecem a verdadeira importância de ser Médium!

Um Médium não fica “parado” ouvindo discursos preconcebidos, baseados em “verdades prontas”. O Médium é um Ser em Evolução Espiritual, buscando a sua própria Verdade. O Médium é um Elo na Escalada Espiritual, contribuindo em suas múltiplas manifestações mediúnicas, para o seu próprio aperfeiçoamento religioso e cultural, indiretamente e dentro de seus limites, contribuindo para o aperfeiçoamento da própria Espécie Humana.



Manoel A. Souza

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